quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

CREDIBILIDADE: COMO GANHAR E COMO PERDER


“O dia que o profissional não tiver mais credibilidade em sua profissão, é melhor mudar de ramo”.Essas palavras me foram ditas pelo Jornalista Paulo Narciso sentado em sua mesa na redação da Rádio Montes Claros 98 FM. Ecoam em minha mente até hoje e irão se perpetuar.
De fato, em qualquer profissão, todo aquele que se julga acima da verdade e da lei, agindo de forma a demonstrar isso, perde a credibilidade. Todo aquele que não estiver atento à verdade que seu trabalho representa e aos a quem suas atitudes pode afetar, certamente perderá a credibilidade mais cedo ou mais tarde. E sem credibilidade, fica difícil trabalhar. Para mudar a situação o caminho é muito longo. E penoso.
Alguém precisa avisar aos jovens jogadores de futebol que é assim que as coisas funcionam, aqui, ali ou acolá. No Oiapoque ou no Chuí. Em Paris ou Nova Delí. Zanzibar ou Krakóvia. Bonito de Minas ou Johannesburgo.
Primeiro, rumores deram conta de Ronaldinho Gaúcho nas noitadas européias. Sua silhueta mostrou isso. Depois, “Il Fenômeno” (já não tão fenomenal assim) confundiu alhos com bugalhos, canecos com travecos, e adjacências nas noites cariocas. Aí vem Bruno, Diego Tardelli e metade do Fla dando calotes nas “meninas” belorizontinas. Achando que só na conversa, ou só no sapatinho é que as coisas funcionam. Neneneca de pitibiriba. As “meninas” eram mineiras e por isso mesmo não eram bestas. “Sifu” pra eles.
Agora foi a vez de Robinho pedalar, pedalar, pedalar e entrar com o rabinho entre as pernas com esse episódio do estupro. Olha, se é mentira ou verdade, um dia as coisas aparecem. Mas o acontecimento desgasta. E revela sobremaneira o despreparo destas crianças para com o mundo da fama, do dinheiro, do talento e de ser personalidade.
Tem gente que confunde. Acha que por ser personalidade, famoso, trabalhar na imprensa, ser ator, e assim por diante tem com isso o direito de andar acima da lei. De andar sem cinto de segurança. De furar fila no banco. De entrar sem pagar quando não foi convidado. De estuprar ou pelo menos tentar e ficar por isso mesmo.
Um dia a casa cai.
Quem pensa em bancar o esperto saiba que vai sempre existir um que irá ser mais esperto que ele. E o ciclo se reinicia.
E com isso cai ou acaba-se a credibilidade.
Mina-se a confiança.
Alguns tendem a pensar: “Mas Ronaldo, por exemplo, mesmo depois de aprontar está no Corinthians gozando a mesma fama que sempre”. Cuidado! Vou apropriar-me aqui do Jargão de um personagem humorístico do seriado "Zorra Total" da TV Globo que diz mais ou menos assim: “espera pra tu ver”, no que diz respeito àqueles que acham que vão se safar sempre.
O certo é: não se ganha todas.
Se o episódio de Robinho, Ronaldinho, Ronaldo, Bruno e outros mais foi verdadeiro ou não, não sabemos. Mas que como dizia a minha tataravó, que passou pra minha avó, que passou pra minha mãe, que passou pra mim, é certo que “onde há fumaça, há fogo”.
Portanto, no futebol ou na vida, por mais fama que se adquira, é sempre bom adquirir também cada vez mais disciplina, mais responsabilidade, e saber que, desde que o mundo é mundo, tudo que se planta, se colhe!
O peso da fama é o peso da responsabilidade.
Não há como inverter o processo.
Agora, pedala Robinho, pedala!!!