quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

SALVE OS COMENTARISTAS DO RÁDIO


No nosso bate papo diário, nos poucos minutos que nos restam entre o mundo louco da informação e dos factuais que a Televisão nos impõe, ou como diria o Jornalista Rick Freitas, o Touro bravo dos Factuais ( amei essa frase) o futebol e suas peripécias caem como luva como não poderia deixar de ser em qualquer ambiente em cada canto dessa cidade e do Brasil não é mesmo?
Falamos sempre de tudo um pouco.
Um jogador que não vai bem. Um técnico que mexeu errado. Uma transmissão esportiva que possa ser emocionante. Tudo é motivo de boa prosa.
Paulo Rodrigues, cinegrafista, é apaixonado pelo Rádio AM, coisa que também sou. É atleticano, coisa que também sou, e é amante das narrações esportivas, coisa que também sou, tanto que me tornei um deles. É uma profissão gratificante levar a emoção até as pessoas. Somos também fãs de carteirinha da programação da Rádio Globo do RJ, o que realmente nos fez ter um “time” interessante para falar das coisas do futebol.
E nosso assunto de ontem foram os comentaristas esportivos das emissoras de rádio.
Discorremos pela Itatiaia, falando das dissertações do Júnior Brasil e do crivo indelével do conterrâneo Lélio Gustavo. Importante também foi ressaltar o canhotinha de Ouro, Gérson, metralhando os times cariocas através da jornada esportiva da Globo, bem como discorremos sobre os comentaristas aqui mesmo da Terra de Figueira.
No Programa das 9 e meia da manhã da Rádio Terra, o papo de bola é sempre muito interessante e muito bem conduzido por Sebastião Remigio. A participação de Sérgio Bastos é também muito enriquecedora ao programa. E a prosa boa e tranqüila do Luiz Durães. Aliás, por onde anda o Luiz Durães?
Mas temos que concordar que o comentarista Cid Coelho é um caso a parte. Não que ele não fale a coisa certa. Ele sempre discorre muito bem e tem uma boa visão do futebol, dos quais sempre foi um participante nato, desde as épocas medievais do nosso querido Montes Claros, o Bicho. Cid é sobretudo um apaixonado. E isso fica evidente em suas palavras veementes e diretas quando é pra criticar ou quando é para defender. Ele é assim. Na Bucha. Na lata. Não perdoa mesmo.
O jeito contundente de sua fala as vezes se confunde com sua indignação seja com os jogadores, com os dirigentes esportivos ou com o próprio esquema do futebol moderno.
E isso é um elogio, tenha certeza. São essas formas diferenciadas de ponto de vista é que fazem o futebol ser esse esporte que move mentes e corações.
Mas aqui neste espaço monumental, aliás, espaço cedido pelo grandissíssimo atleticano namorado de Laura, quero também ressaltar as boas palavras do sempre Geraldo Sá. Muito bem informado, muito bem meticuloso e articulado em suas palavras, Gera tem me dado muito prazer em suas companhias ao transmitir jogos. Ele tem o sangue azul, todo mundo sabe, mas é muito sério e competente quando fala das cores do Galo, o que faz suas palavras terem um peso fundamental naqueles que ouvem. E é disso que o povo gosta.
Comentaristas sensatos.
Mas verdadeiros.
Parabéns aos nossos comentaristas esportivos.
Mas, para fechar este nosso assunto de hoje quero lembrar aos nossos falantes e analisadores da técnica e da tática do jogo que os narradores esportivos só dispõem de 5 a 8 minutos nos intervalos das partidas para que se possa exercitar o poderio da visão clínica dos “comentadores”.
Por favor, nos ajudem a não ter que interrompe-los quando isso se faz necessário.
No mais, um abraço a todos e bola pra frente aos que fazem das transmissões esportivas a beleza e a identidade do rádio moderno.
Parlare immenso

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

CREDIBILIDADE: COMO GANHAR E COMO PERDER


“O dia que o profissional não tiver mais credibilidade em sua profissão, é melhor mudar de ramo”.Essas palavras me foram ditas pelo Jornalista Paulo Narciso sentado em sua mesa na redação da Rádio Montes Claros 98 FM. Ecoam em minha mente até hoje e irão se perpetuar.
De fato, em qualquer profissão, todo aquele que se julga acima da verdade e da lei, agindo de forma a demonstrar isso, perde a credibilidade. Todo aquele que não estiver atento à verdade que seu trabalho representa e aos a quem suas atitudes pode afetar, certamente perderá a credibilidade mais cedo ou mais tarde. E sem credibilidade, fica difícil trabalhar. Para mudar a situação o caminho é muito longo. E penoso.
Alguém precisa avisar aos jovens jogadores de futebol que é assim que as coisas funcionam, aqui, ali ou acolá. No Oiapoque ou no Chuí. Em Paris ou Nova Delí. Zanzibar ou Krakóvia. Bonito de Minas ou Johannesburgo.
Primeiro, rumores deram conta de Ronaldinho Gaúcho nas noitadas européias. Sua silhueta mostrou isso. Depois, “Il Fenômeno” (já não tão fenomenal assim) confundiu alhos com bugalhos, canecos com travecos, e adjacências nas noites cariocas. Aí vem Bruno, Diego Tardelli e metade do Fla dando calotes nas “meninas” belorizontinas. Achando que só na conversa, ou só no sapatinho é que as coisas funcionam. Neneneca de pitibiriba. As “meninas” eram mineiras e por isso mesmo não eram bestas. “Sifu” pra eles.
Agora foi a vez de Robinho pedalar, pedalar, pedalar e entrar com o rabinho entre as pernas com esse episódio do estupro. Olha, se é mentira ou verdade, um dia as coisas aparecem. Mas o acontecimento desgasta. E revela sobremaneira o despreparo destas crianças para com o mundo da fama, do dinheiro, do talento e de ser personalidade.
Tem gente que confunde. Acha que por ser personalidade, famoso, trabalhar na imprensa, ser ator, e assim por diante tem com isso o direito de andar acima da lei. De andar sem cinto de segurança. De furar fila no banco. De entrar sem pagar quando não foi convidado. De estuprar ou pelo menos tentar e ficar por isso mesmo.
Um dia a casa cai.
Quem pensa em bancar o esperto saiba que vai sempre existir um que irá ser mais esperto que ele. E o ciclo se reinicia.
E com isso cai ou acaba-se a credibilidade.
Mina-se a confiança.
Alguns tendem a pensar: “Mas Ronaldo, por exemplo, mesmo depois de aprontar está no Corinthians gozando a mesma fama que sempre”. Cuidado! Vou apropriar-me aqui do Jargão de um personagem humorístico do seriado "Zorra Total" da TV Globo que diz mais ou menos assim: “espera pra tu ver”, no que diz respeito àqueles que acham que vão se safar sempre.
O certo é: não se ganha todas.
Se o episódio de Robinho, Ronaldinho, Ronaldo, Bruno e outros mais foi verdadeiro ou não, não sabemos. Mas que como dizia a minha tataravó, que passou pra minha avó, que passou pra minha mãe, que passou pra mim, é certo que “onde há fumaça, há fogo”.
Portanto, no futebol ou na vida, por mais fama que se adquira, é sempre bom adquirir também cada vez mais disciplina, mais responsabilidade, e saber que, desde que o mundo é mundo, tudo que se planta, se colhe!
O peso da fama é o peso da responsabilidade.
Não há como inverter o processo.
Agora, pedala Robinho, pedala!!!