quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Onze anos sem Nilson Espoletão

Gabrich disse que ele era elegante como uma "Garça" ao jogar. GD Já depôs que ele tinha um domínio de bola como poucos. Bené e Nicó eram dos seus companheiros preferidos no tapete verde. Era assim denominado "O Elegante", aquele que como me disse Carlúcio Bicalho "apanhava a bola no ar com o pé e trazia para o chão como se ela estivesse colada nele", ou como me disse Eduardo Lima no restaurante do Monterrey em uma tarde destas aí: "ele subia mais que os outros jogadores, matava a bola no peito e ela descia obedientemente até o chão para então ser conduzida como uma dama para onde quer que fosse." Para completar mais um adjetivo, "Góia" declamou: " Ahhhh... a matada no peito do Nilson Espoletão! Inesquecível! A bola para ele era mais que sua mulher, por que certamente a sua mulher não era submissa a ele... a bola era."



Muito se tem a dizer sobre Nilson Espoletão como um grande jogador de Futebol. Talvez o grande notável de sua época.
Quis o destino que esse tal Espoletão, elegante, notável, gigante, mágico e quase imortal fosse meu pai.
E agora, quando completam-se onze anos sem a presença dele entre nós, quero aproveitar a oportunidade e dar aqui o meu depoimento acerca desse super-homem.
Eu não o vi jogar, no seu tempo. Quando nasci ele estava abandonando os gramados para se dedicar incondicionalmente à sua família.
E dedicou viu!
Trabalhou como nunca para os seus. Labutou, nos colocou a nós em casa em primeiríssimo lugar.
Este Nilson aí, que alegrou os torcedores, os gramados, os amantes do futebol defendendo a camisa do Cassimiro e do Ipê, defendeu também com unhas e dentes sua prole, como se fosse um Leão indomado acercando suas crias dos predadores na natureza.
Este Nilson aí, que dominou a bola no peito e fez dela o que quis, também dominou a vida, as dificuldades, os atropelos e atrapalhos para criar uma família e fez desses desafios o que quis.
Este tal Espoletão aí, que tinha um chute forte, certeiro e muitas vezes direto para o gol ( que o diga o falecido "Dôda" de seu Leonel Beirão ), também chutava o balde se algo atingisse seus filhos, sua herança maior, ou se algo pudesse sonhar em atingir.
Ele foi um herói, nos gramados e na vida. Como jogador de futebol, não deixou nada a desejar. Como profissional da pintura, também não deixou nada a desejar, como pai, não deixou nada a desejar.
Ou seja, ele era perfeito. Sem defeitos. Era um super-homem.
Mas eu preciso depor uma coisa: Ele jamais seria este tal Nilson Espoletão, esse ator dos gramados, atuante do picadeiro nos campos e na vida, gigante na altura e no mundo se, por detrás não existisse uma tal Maria José Barbosa.






Pois foi por causa dessa super mulher, que existiu o tal super-homem. O tal Espoletão de que tanto falam.
Porque, por mais que se diga que um homem fez e realizou, jamais nos esqueceremos que detrás destes feitos, haverá sempre um coração responsável, e que, em muitas ocasiões, segurou a peteca, matou a bola no peito também e deu o passe certeiro na hora de driblar os problemas da vida.
Palmas também para esta "Espoletona", que, do longo dos seus 1,48 cm de altura, dedicou sua vida ao seu amor eterno, e fez dele um grande na vida, e que esteve com ele na vida e no seu leito de morte.
Após onze anos de saudade, reconheço: Meu pai é o melhor! É o melhor! É o melhor! Mas após estes mesmos onze anos convivendo com a força de minha mãe, sou obrigado a reconhecer: Meu pai foi o craque, minha mãe foi a técnica, que a beira do gramado, dava as ordens de como o jogo deveria seguir.
Ele foi aplaudido pelo grande público, mas ela, ela sim foi aplaudida por ele, e por nós, seus filhos. Seus oito lindos filhos como mudas de oliveira ao redor de sua mesa. Essa tal "Espoletona" foi quem deu o tom da vida, a flecha, o tiro e o alvo.
Ela não é grande na altura como ele, mas é maior, quando fez dele o homem que foi, o gigante, o elegante, o "Espoletão".
Parabéns ao meu pai, Nilson Espoletão. Pelo que foi e representa.
Mas, tenho certeza que gozo de sua aprovação ao também dizer: Parabéns a minha mãe pelo que ela é e representa para cada um de nós, seus filhos.




Termino a minha coluna de hoje com as palavras de Márcio Goulart, fã do Espoletão, e companheiro de bate-papo do Azul e Branco na Melo Viana: " O Mineirão não viu seu pai jogar, O Maracanã não viu seu pai jogar, O Morumbi não viu seu pai jogar, O Pacaembu não viu seu pai jogar: Azar o deles!"

terça-feira, 2 de setembro de 2008

ATENEU X CASSIMIRO - UMA PARTIDA NO CÉU

Numa tarde memorável no céu, foi revivido o imortal clássico montesclarense: Ateneu X Cassimiro ( seguindo a ordem alfabética para não cometer injustiça com nenhum lado ), onde grandes nomes do futebol da cidade que já partiram desta, se encontraram para fazer o grande espetáculo do futebol norte mineiro. Também na transmissão esportiva, foram convidados os imortais radialistas que também já se foram. Saiba como ficou o resultado desta partida aqui neste post que homenageia o futebol montesclarense que não morre jamais.


" Boa tarde senhores ouvintes amantes do imortal Futebol de Montes Claros.. Nesta eterna tarde aqui no céu acontece um grande clássico do Futebol montesclarense.
Irradiamos direto da Cabine da Rádio ZYD-7, falando ao vivo do Estádio Francisco José Guimarães, o Campo do União, onde comentará este jogo ao meu lado um monstro gigante do Rádio da nossa Cidade: Teixeira Bastos, boa tarde Teixeira!
Boa tarde José Nardel, é muito bom ver este campo lotado de tantas pessoas, mas eu destaco aqui, a presença importantíssima na Tribuna de honra do Prefeito Antonio Lafetá Rebello e seu irmão João Rebello, vibrando com o futebol alegre de mais um Grande Clássico entre Cassimiro e Ateneu.
Obrigado, Teixeira por suas considerações, mas vamos às escalações do time, e para isso chamaremos o grande repórter de todos os tempos: Stanisláu Guimarães, trazendo para os nosso ouvintes a escalação dos dois times. É com você Stanisláu...
Muito bem, Nardel, o "Broca" vem muito bem preparado para esta partida memorável aqui no céu.
No gol, com uniforme cinza e luvas vermelhas: Tú Peixoto... pela lateral direita joga com a número 2, o grande Rubens. Na Zaga, vem com a 3, Milton Ramos, e com a 4 Milton Muriçoca. Pela Esquerda, joga com a número meia dúzia: Brazinho. E atenção Nardel, no meio campo vem com a 5: Durães, com a 8: Vivaldo, e mais na frente o cérebro do time: Moacir Almeida com a número 10. E para este grande clássico Nardel, o Broca vem ofensivo, com o ataque formado por Efigênio, camiseta número 7, Manoelzinho no centro com a 9 e pela ponta esquerda, joga ele, Miltinho Almeida, com a número 11. O Técnico é o tenente Brasil, Nardel.
Muito bem, Lazinho, e como vem o time do "mais querido" para essa partida importantíssima...
Olha Nardel, se o "Broca" está muito bem escalado, o Cassimiro não ia deixar por menos, o grande treinador João Melo traz para esta tarde o que há de melhor no seu time: No gol, Joga com a número 1: Robson. Pela direita, com a 2, joga Gontijo. Na zaga fazem a parede Betinho e Ranufo. E pela esquerda com a número meia dúzia vem Marcelino Paz do Nascimento. Pelo meio, vem com a número 5: Onofre Carne Preta e com a número 8 joga o elegante, Nilson Espoletão. Na frente, o ataque ofensivo do "mais querido" vem com Gildásio pela ponta direita com a camisa 7, e Chiquito na frente com 9. Pela esquerda, com a 11 nas costas, joga Elízio.
Muito bem, Lazinho, e quem apita a partida nesta tarde meu querido.
Quem apita nesta tarde, Nardel, é nada mais nada menos que o Juiz que expulsou Rivelino de campo: Juareza Pimenta, mais conhecido como Zuza.
Tudo pronto para o início desta partida nesta tarde de Domingo aqui no campo do União, os jogadores já se encontram em campo em suas diversas posições para o início da partida, O "Broca" vem com seu uniforme tradicional: Meiões Brancos, Calões pretos e a Camisa branca com a honrosa faixa preta cruzando a extensão diagonal da camisa. O "mais querido" vem com Seu uniforme tradicional, Meiões azuis, calção azul e Camisa Azul, com o brasão no peito esquerdo com as letras A A C A . Alguma sugestão de placar para esta tarde, Teixeira Bastos?
Não, Nardel, em se tratando de Cassimiro e Ateneu, tudo pode acontecer....
Muito bem, Zuza já no centro do campo, olha para um lado e olha para o outro e sopra o apito com a força dos anjos e atenção...Começa a partida, atenção deu o toque na bola Durães, recebeu o combate do Nilson Espoletão, então recuou a bola para Milton Muriçoca que joga pela esquerda com brazinho pelo Broca. Brazinho carrega a bola, recebe o combate de Gontijo, mas ele se livra da marcação, toca para Moacir Almeida que perde a bola para Betinho, que imediatamente toca na esquerda para Marcelino, que dominou a bola, pôs no chão e fez o lançamento, a bola cruza a extensão do gramado em direção ao gol, caiu nos pés do Espoletão ele dá o toque na esquerda pro Onofre Carne Preta, este deu um toque curto pra dentro, passou a bola por suas pernas, saiu fora do Rubens e sofreu a falta... É falta perigosíssima em direção a meta do Tu Peixoto, Teixeira Bastos.
Perigosíssima Nardel, pode sair o gol pelo lado do Cassimiro.
Ajeitou a bola com carinho Nilson Espoletão, quando Tu Peixoto coloca na barreira Milton Ramos, Muriçoca e Brazinho. Atenção, vai para a batida Espoletão, ele olha para canto direito de Tu Peixoto. Parou, olhou, os jogadores se embolam na área, num mexe remexe danado e Nilsão se prepara para a batida. Atenção correu para a bola, Espoletão, partiu bateuuuuuuuuuuuuuuuu... E a bola entrou...
Gooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooolllll é do Mais queridddddddddddddddddooooooooooo, Nilson Espoletão, Camiseta número 8, um tirambaço, a bola entrou no angulo direto de Tú Peixoto que nada pode fazer. Vai buscar lá dentroooo..e o que só você viu Lazinho Guimarães...
Eu não vi Nardel, por que foi um foguetaço que passou por cima do Tú Peixoto, que só viu a bola morrer no fundo do barbante, se bem que aqui no céu, nem a bola nem ninguém morre. O certo é que o Cassimiro inaugura o placar para o delírio dos anjos e de toda a eternidade presente aqui no Céu, José Nardel.
Muito bem, sai a bola a equipe do Broca com Durães, que tocou para brazinho na esquerda, brazinho recua para Vivaldo, este que recebe a marcação de gontijo, mas se livra dela e entrega para Moacir Almeida, que dribla o primeiro, dribla o segundo, tá cara com Robson toca no canto esquerdo e Gol....gooooooooooooooooooooooooooooooollllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll do Ateneu, um golaço de Moacir Almeida, cara a cara com Robson ele tocou no canto direito, a bola foi rasteirinha, rasteirinha e morreu no fundo da rede, quer dizer, como diz o Lazinho, aqui no céu nada morre. Mas, espere um momento, o que está acontecendo aí embaixo Lazinho.
Quebra quebra geral no céu, Nardel. Gontijo chamou Onofre de ladrão e aqui no céu não pode. O Juiz Juarez vai expulsar Gontijo, mas espere um pouco, Nardel, ele é que está sendo expulso de campo. Mas que Diabos é isso meu Deus do céu, uma bagunça, um quebra-quebra danado. Infelizmente, o jogo não terá prosseguimento Nardel, por que em se tratando de Cassimiro e Ateneu, será mesmo um eterno empate...

AQUELE ABRAÇO: Para o Radialista Sebastião Remiggio e os desportistas Geraldo Lopes e Carlúcio Bicalho que relembraram a seleção do Rádio, e a seleção esportiva de Cassimiro e Ateneu para esta partida.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

VANDER LEE: O CLUBE ATLÉTICO MINEIRO TEM UM SINÔNIMO: "PAIXÃO"!

Numa entrevista bem descontraída o músico Vander Lee fala sobre como nasceu sua paixão pelo Clube Atlético Mineiro, revela que um dia já foi cruzeirense e como se deu essa mudança. E ainda fala de sua participação importantíssima no DVD produzido para comemorar a volta do Galo à primeira divisão do Futebol brasileiro.
Confira aqui este bate papo animado na sala de entrevistas do hotel onde o cantor estava hospedado horas antes de um show realizado para a FENICs em Montes Claros.


Nairlan Clayton Barbosa: Todo mundo sabe da sua paixão pelo galo, que também é a minha, e eu gostaria de saber desde quando veio isso.

Vander Lee: Eu tenho uma confissão pra fazer: eu já fui cruzeirense! (risos)

Nairlan Clayton Barbosa: Esse é um furo muito grande para o blog! (risos)

Vander Lee: Na verdade eu fui cruzeirense com cinco anos de idade, quando eu não sabia das coisas. Eu fui induzido pelas más companhias. Um dia eu estava muito triste, muito deprimido, eu não devia nem ter saído de casa nesse dia, e eu encontrei uma pessoa que me levou pra esse caminho e eu passei a experimentar coisas que não me faziam bem. Me viciaram, mas de repente eu fui salvo!!! Um dia eu fui ao Mineirão ver o Reinaldo jogar. Aí eu descobri a diferença entre futebol e poesia, entre o futebol poético e uma mera competição, mera luta de classes. Mas o Reinaldo era poesia de mais, influenciou muita gente, e hoje em dia é meu amigo. Virei atleticano por causa do Reinaldo e a gente hoje bate uma "pelada" junto. Eu acho que hoje eu jogo melhor do que ele. O aluno superou o mestre!



Nairlan Clayton Barbosa: A música "Galo e Cruzeiro" é um fato real?

Vander Lee: Não. Em arte nada é só realidade ou só ficção. Tem pontos inspirados na minha vida pessoal, de gente da minha família. Por exemplo, eu nunca tive uma namorada cruzeirense ou pelo menos que eu soubesse né? Por que a última coisa que eu pergunto pra uma garota é o time que ela torce: "Que time é teu?" eu não pergunto isso! (risos). Não se fala isso pra uma mulher que você queira.(muitos risos...)

Nairlan Clayton Barbosa: (risos...)Falando um pouco da torcida atleticana. Qual a sensação de estar no Mineirão? Eu vou ao Mineirão, mas sempre a trabalho, eu quero falar da sensação do Vander Lee torcedor.

Vander Lee: Ah, cara, eu amo a torcida atleticana, eu acho muito bonito o show deles. Por que a torcida do cruzeiro, eu não conheço direito né? Não acompanho, eu não sei o que acontece. Eu não sou aquele tipo de atleticano que "seca" o cruzeiro, eu sou o tipo de atleticano que ignora o cruzeiro. Eu não dou esse valor todo não. Vou ficar olhando o quintal do vizinho? Mas eu gosto da torcida do atlético. Acho muito bonita a dedicação. Ganhou duas... Aí, vai lá hoje, tá cheio! Ganhou de meio a zero, dá cinqüenta mil pessoas no jogo seguinte. Sai escrito o nome de um goleiro que pegou uma bolinha ali, o cara faz um gol e vira ídolo. Só aqui que tem isso (Em Minas). E é isso que eu gosto na torcida. Ela é muito, mulher de malandro, gosta de apanhar, de sofrer, aí ganha um carinho e já faz as pazes! É terrível!

Nairlan Clayton Barbosa: A sua participação no DVD histórico, da subida do galo para onde ele nunca deveria ter saído, fale um pouquinho pra gente. Foi feito com mais profissionalismo ou mais carinho?

Vander Lee: Nossa, muito gostoso! Muito carinho, profissionalismo eu não sei. Mas foi muito bacana, eu sempre sou muito solicitado em BH, por alguns cronistas esportivos. A turma do futebol gosta de mim pra caramba. É interessante. E sempre quando o time estava mal, que caiu, eu sempre tinha que dar entrevista sobre aquilo e me enchia o saco, falar do fundo do poço, e aí eu ficava "puto". Mas quando o time foi campeão e tal, eu pensei: "Agora, vamos ver se eles se lembram de mim." E eles lembraram, aí eu levei o violão e cantei uma parte do hino e foi uma coisa muito simbólica, eu acho que eu nem sabia que eu sabia cantar o hino. Eu não sou esse tipo de torcedor. Eu sou um observador nato! Eu observo as coisas e crio histórias, invento coisas, faço a vida fazer sentido. E o futebol me dá essa coisa, essa relação com a massa, é um lugar que eu sempre vou ver trinta, quarenta, cinqüenta mil pessoas, e ver coisas acontecendo simultaneamente, o tempo todo, fico viajando na coisa da física quântica, da tridimensionalidade, quantidade de energia que é canalizada ali e fico impressionado com a força do povo. E viajo nessas coisas. Aproveito e torço pro meu time, tomo um cervejinha (quando podia né?). Eu gosto da cultura popular, é nela que eu "bebo" tudo pra criar e o futebol em si é um esporte que promove um ótimo estudo sociológico, e essas coisas fazem sentido pra minha vida. Justifica estar vivo!

Nairlan Clayton Barbosa: Pra fechar, teremos jogo entre atlético e Grêmio, hoje. Você arrisca um placar? (risos)

Vander Lee: Eu acho que vai ficar 1 X 0 pro galo hoje. Pode ser de mão, aos quarenta e nove, roubado, agente "arreda" o gol pr´um canto se precisar, a gente faz igual à propaganda de cerveja! Mas, meio a zero já ajuda né? Eu acho que nós vamos ter um "campeão surpresa" esse ano por que tá muito compacto, ta tudo muito equilibrado, os times que começaram bem já estão caindo e esses que estão bem agora vão cair daqui a pouco, e nós que não estamos tão bem, eu acho que vamos crescer! A minha esperança é essa. É que haja agora uma reação. Eu gosto muito de acompanhar o jogo e ficar mentalizando e sentir qual time que está vibrando mais com a vitória. E o galo, apesar de jogar bem as vezes, é muito azarado. Oh ataque azarado! O time joga bem e perde, acontece de mais, perde de virada! Só no Atlético que acontece! E os juizes nunca nos ajudam. Tem uma meia dúzia de juízes que não deviam apitar os jogos da galo, por que estão correndo um risco de vida terrível! (risos). Os caras estão fazendo "merda" de mais. Ta doido!
Observação: O Galo perdeu nesse dia pela primeira vez no Mineirão no campeonato brasileiro. E para o Grêmio de goleada. O Placar deste jogo foi 4 X 0.

Nairlan Clayton Barbosa: Muito obrigado por esta entrevista ao nosso Blog e para variar a gente fecha com um bordão imenso pra Nação atleticana: "Dá-lhe Galo" não é mesmo?

Vander Lee: Dá-lhe Galo...


Vander Lee
"Galo e Cruzeiro"
Minha Preta não fala comigo
Desde primeiro de janeiro.
Ela me deu a mala eu fui dormir na sala,
fiquei sem dinheiro.
Não tem mais feijoada, nem vaca atolada,
Rabada ou tropeiro.
fez greve de cama diz que não me ama,
Quebrou meu pandeiro
Na hora do cruzamento, ela deu impedimento
Ou falta no goleiro
Pra aumentar meu tormento, meu irmão
Eu sou Galo e ela é Cruzeiro
Com o gol anulado, saí do gramado, voltei pro chuveiro
Isso tudo porque, meu irmão,
Eu sou Galo e ela é Cruzeiro
Caí de centroavante,
Pra médio-volante, agora sou zagueiro,
No último domingo ela foi jogar bingo
E eu fiquei de copeiro
Ela fala, eu me calo, ela canta de galo
no meu terreiro
Ela apita esse jogo, ela é quem bota fogo
No nosso palhei......ro,
Ela finge que não, mas no seu coração
Ainda sou artilheiro, faz isso porque, meu irmão




Crédito das fotos: Blog Sapatada na Rechonchuda

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O GLORIOSO ATENEU - AS MUDANÇAS ACONTECEM

Acompanhe abaixo as fotos que demonstram as mudanças executadas pela nova diretoria do Ateneu em suas dependencias: o Estádio João Rebello no Bairro São José.

Crédito da foto:Blog Sapatada na Rechonchuda

Crédito da foto:Blog Sapatada na Rechonchuda
Crédito da foto:Blog Sapatada na Rechonchuda
Crédito da foto:Blog Sapatada na Rechonchuda
Crédito da foto:Blog Sapatada na Rechonchuda



Crédito da foto:Blog Sapatada na Rechonchuda

Crédito da foto:Blog Sapatada na Rechonchuda





Crédito da foto:Blog Sapatada na Rechonchuda

Crédito da foto:Blog Sapatada na Rechonchuda

Crédito da foto:Blog Sapatada na Rechonchuda




Crédito da foto:Blog Sapatada na Rechonchuda
Crédito da foto:Blog Sapatada na Rechonchuda

Crédito da foto:Blog Sapatada na Rechonchuda





ESTAMOS DE OLHO!

terça-feira, 22 de julho de 2008

CARLÚCIO BICALHO: O ATENEU ESTÁ MAIS VIVO DO QUE NUNCA!

No último dia 19 de Julho, estivemos recebendo no nosso programa "PLACAR ELETRÔNICO - Na Trave" que vai ao ar pela Rádio Expressão FM aos sábados às 11 da manhã o Senhor José Carlúcio Bicalho, Esportista da cidade, que detém os cursos de Gestão Esportiva, Seminário Internacional de treinamento esportivo, de Medicina esportiva, de Pró-fitnnes Personal Trainner e de Marketing e Administração Esportiva. No bate papo, Carlúcio Bicalho falou um pouco da história do Ateneu, das dificuldades do clube, das gestões que contribuíram para o endividamento do Clube, e sobretudo, deixou claro que a Associação Desportiva Ateneu está viva, tendo inclusive eleito sua nova diretoria, que publicamos com exclusividade em nosso blog. A partir de agora, confira na integra a entrevista concedida a nós, e ao crônista esportivo Geraldo Sá.
"Realmente, essa notícia está sendo veiculada pela imprensa. De concreto não existe nada, por que pra se vender um patrimônio, tem que se procurar os donos ou representantes legais."

Nairlan Clayton Barbosa: Carlúcio Bicalho, conte um pouco da história do Ateneu e também um pouco da sua história:
Carlúcio Bicalho: O Ateneu foi fundado em maio de 1947, com o nome de Futebol Clube Padre Osmar. O padre Osmar foi coordenador do Colégio Diocesano que funcionava onde hoje funciona o "Bretas" novo, propriedade do ex-prefeito Toninho Rebelo e ele era desportista e fazia parte desse grupo "Futebol Clube Padre Osmar" em homenagem ao diretor da escola. Com o tempo, o João Rebelo ( irmão do Toninho ) veio a falecer, muito jovem e esse grupo ao qual ele fazia parte resolveu mudar o nome em homenagem a ele que era um grande esportista, então, passou a se chamar "Esporte Clube João Rebelo", que nessa época não tinha estádio, porém existia um estádio municipal que ficava na rua Dr Veloso, e se chamava "Estádio Francisco José Guimarães", hoje já habitado, mas fica entre as ruas General Carneiro e Correa Machado, e lateralmente entre as ruas João Pinheiro e Dr Veloso. Mais tarde, com o advento das diretorias mais experientes, e pessoas como Toninho Rebelo, Dr Geraldo Machado, Dr Mário Ribeiro, Geraldo Avelar, Sr Josias Loyola e outros grandes esportistas de Montes Claros que eu não me recordo agora, houve um movimento liderado por Toninho Rebelo, pra fazer o "Estádio João Rebelo" e aí Toninho adquiriu toda aquela quadra, que era só do Ateneu e construiu o Estádio. É uma coisa que precisa ser esclarecida. Comenta-se na cidade que o Ateneu é uma propriedade pública, ou que não teria dono. Aquilo ali foi uma "cotização" de pessoas lideradas por Toninho Rebelo, que bancaram aquela obra. Esse pessoal hoje, todos têm as suas cotas, têm a sua carteira, tem um livro de ata registrado em cartório e cada um tem seu documento.
O Ateneu, apesar de ser um time que não está no profissional, de estar num momento difícil, é um dos poucos times do Norte de Minas, ou de Minas Gerais, que tem sede campestre, e tem o seu estádio particular, que é o João Rebelo, que é uma propriedade muito valiosa, é até difícil avaliar hoje um patrimônio daquele nível, o que eu posso adiantar pra vocês é que um lote de 360m hoje no bairro São José vale Cem mil Reais, o patrimônio do Ateneu tem 27 mil metros. É muito valioso. Esse patrimônio tem dono gente!
Mas voltando à história do Ateneu, a mudança de nome de "Esporte Clube João Rebelo", para "Ateneu" se deu a pedido da família de Toninho Rebelo (irmão de João Rebelo) por causa daquele negócio da torcida xingar, e tal. A torcida xingaria o nome de João Rebelo, então eles pediram pra mudar o nome. Passou-se o nome para o estádio: "Estádio João Rebelo" e no time foi colocado o nome de Ateneu.
Ateneu é um local na Grécia Antiga, onde os grandes literários se apresentavam. Era como uma faculdade de alto nível, então os diretores daquela época resolveram, colocar o nome de "Ateneu".



"Nós recebemos com muita tristeza as notícias veiculadas na imprensa com respeito à venda de patrimônio, à dengue no Ateneu, ao lixo jogado no Ateneu.
A resposta que a gente vai dar é com trabalho."

Geraldo Sá: Carlúcio, se alguém quisesse comprar o Ateneu, se por acaso ele estivesse à venda, por esse grupo, esse montante apurado seria distribuído por cotas a esses sócios proprietários?
Carlúcio Bicalho: Exatamente. Atualmente, apesar de o time estar certo com respeito à diretoria executiva, nós temos um conselho deliberativo que é eleito de quatro em quatro anos, e nós temos esse conselho ainda em vigor, cujo mandato encerra no ano que vem. Então, o presidente do conselho deliberativo, João Batista, tem a posse desses documentos que foram levados ontem à reunião do conselho, e lá consta o nome dos proprietários, e cada proprietário tem seu documento, e esse livro de ata é registrado em cartório. No caso de uma venda, teria que ser feita uma assembléia geral do clube pra tomar essa decisão, coordenada pelo conselho deliberativo.

Nairlan Clayton Barbosa: Além de falar dessa propriedade do patrimônio, eu gostaria que o Sr falasse um pouco mais sobre a "venda" desse patrimônio. Comenta-se pela cidade que o Ateneu está com seu patrimônio à venda. Esclareça isso pra gente.
Carlúcio Bicalho: Realmente, essa notícia está sendo veiculada pela imprensa. De concreto não existe nada, por que pra se vender um patrimônio, tem que se procurar os donos ou representantes legais. O Ateneu tem um órgão legal, que é o conselho deliberativo, e agora, com maior segurança, tem uma diretoria executiva eleita, a partir do dia 18 de Julho às 19hrs. Então, para que se venda um patrimônio daqueles, os interessados tinham que se dirigir a esses dois órgãos. São essas pessoas que têm direitos, por lei de representar o Ateneu e negociar esse patrimônio.

Nairlan Clayton Barbosa: Mas existe essa cogitação para a venda do patrimônio?
Carlúcio Bicalho: Não. Não só não existe, como ninguém foi procurado. Inclusive ontem na nossa reunião, nós ficamos sem saber de onde vieram essas notícias.
Empresas grandes, como Carrefour, Villefort e outras empresas que estão chegando a Montes Claros, ninguém procurou o Ateneu. Por que existe um projeto muito interessante para o clube, que a gente já estudou, que é o mesmo esquema que foi feito no Democrata de Sete Lagoas e no Mamoré de Patos de Minas, em que uma grande empresa assumiria o estádio e construiria um estádio, numa região mais distante, mas um estádio mais moderno, com estacionamento, vestiário, arquibancada, pra pelo menos dez mil pessoas. Que é o que ocorreu com o Democrata e com o Mamoré. Isso seria uma coisa importante pra Montes Claros, não só para o Ateneu. Se aparecer alguma coisa desse tipo, eu acredito que a diretoria vai estudar com carinho, por que isso não vai resolver só o problema do Ateneu, mas vai resolver o problema do futebol de Montes Claros.

Nairlan Clayton Barbosa: Fale um pouco agora sobre os títulos que estão na galeria do Ateneu.
Carlúcio Bicalho: Com respeito ao futebol amador, o Ateneu tem diversos títulos, desde a sua fundação. É um número muito grande, inclusive de um passado do qual eu conheço a história, mas não participei. Mas o que me chama mais a atenção, são os títulos profissionais. O Ateneu teve um título da Segunda Divisão e um outro título do Módulo B. Depois desses títulos, tivemos problemas estruturais, principalmente financeiros. Isso na segunda divisão. Você imagina o custo de um time pra disputar a primeira divisão? Hoje, por exemplo, a imprensa veicula que o Atlético tem uma dívida Dois Milhões e quinhentos mil reais. E nós aqui? Então, pra tocar um trabalho desse nível, nós teríamos que ter uma estrutura financeira, uma grande empresa, ou então um patrocinador forte, uma pessoa do ramo, algumas coisas que já foram tentadas aí, e que não deram certo.
Com respeito a um dos presidentes do Conselho Deliberativo, tem um amigo, que eles já conversaram sobre isso, mas o Ateneu não tinha uma direção legal, com registro, uma diretoria executiva, então a coisa ficou difícil e esse negócio foi deixado de lado. Então, na reunião do dia 18, foi levantado isso de novo, e a idéia desse nosso presidente é procurar essa pessoa e também alguns atletas que passaram por lá e estão no exterior, nós temos dois aí mais famosos, que a gente também vai tentar, por que eu acho que isso é uma coisa que interessa pra eles.

Geraldo Sá: Carlúcio, qual é o pensamento a nível de futebol profissional, desse grupo, dessa direção do Ateneu? Pensa-se na formação de uma equipe profissional, como está hoje o Funorte, como são as equipes do interior da primeira divisão, pensa-se nisso? Eu pergunto, se pensam em prazo, se é por agora, se é daqui a cinco ou dez anos? Quando é que isso vai ocorrer?
Carlúcio Bicalho: A diretoria que foi eleita no dia 18 de julho, pegou o Ateneu com o gramado depredado, as instalações estragadas e tal. Então, numa construção, o mais importante é a base, a estrutura, e o Ateneu hoje não tem a mínima estrutura pra se praticar o futebol. Qual é o "Plano A" do Ateneu hoje? É reformular o estádio, o gramado, que é a coisa mais importante. Nós temos o Sr José Veloso, que é o nosso contador, ele é um dos diretores e está encarregado, para a partir do dia 21 de julho, de cuidar de toda a documentação do Ateneu, em cartórios, na Recita Federal, por que tem uns problemas de bingo, parece que tem dívida na receita. Nós temos que documentar e tomar conhecimento do débito do Ateneu, que depois vamos divulgar, e também precisamos reformar inicialmente o gramado, por que o estádio vai vir em conseqüência. Nós já temos o orçamento pronto, eu posso te adiantar que o gramado fica em trinta mil reais, esse orçamento está nas mãos de um dos nossos conselheiros, o Dr Fábio Lafetá Rebelo. Foi entregue a ele na semana passada, e ele estava esperando a eleição da diretoria para que a gente se reúna e ele corra atrás de diretores do Ateneu e sócios proprietários do grupo dele para que a gente possa levantar recursos para iniciar a reforma do gramado.
Uma vez pronto, nós vamos trabalhar, montar as categorias básicas do Ateneu, que é fundamental no futebol. Não se pode montar um time profissional sem uma estrutura de categoria de base. O futebol é caro, nós não podemos sair catando jogadores aqui e acolá se não tem recursos pra isso. E outra coisa, nós temos grandes valores aqui, pra montar essas categorias básicas. Uma vez montada, com uma estrutura melhor, se disputa o campeonato de categorias básicas, e aí sim, nós vamos tentar recursos pra tentar o item final que é o futebol profissional.



"Então nós tivemos o prazer de voltar, depois de muitos anos, os conselheiros ali, e elegemos a nova diretoria do Ateneu para o triênio 2008-2009-2010."

Geraldo Sá: Eu sou comentarista esportivo, mas também sou contador e eu sempre tenho essa preocupação com relação à minha área. Você levantou uma questão do Ateneu. Será que no patrimônio daria para liquidar isso e sobrar algum recurso para se manter a história do Ateneu?

Carlúcio Bicalho: Em questão do Passivo com respeito a pessoal (atletas), o passivo do Ateneu é em torno de dez mil reais relativo aos atletas de Belo Horizonte, são os atletas que participaram de um convênio passado com a UFMG e com respeito à dívida, nós temos essa dívida lá em Belo Horizonte, tem uma dívida pequena com a federação mineira, que diz respeito a taxas e outra com respeito ao bingo, por que pra montar os bingos, você tinha que pagar imposto, tinha que estar em dia com a Receita Federal.São essas três coisas que nos preocupam mais. Mas nós acreditamos, que agente não vai precisar recorrer a tanto pra quitar. Você que é da área e entende, sabe que quando o credor se preocupa com a dívida, ele consegue um parcelamento e é isso que agente vai tentar fazer.Pelo que a gente levantou, de cabeça, não é uma dívida muito grande. Por eu não entender do assunto, eu vou pegar os documentos e depois, a gente passa pra você, mas eu sei que a dívida, pelo que foi levantado com o pessoal mais antigo que trabalha no Ateneu, não é muito grande não. Só depende de ser negociada.

Geraldo Sá: Você tem um valor aproximado?
Carlúcio Bicalho: Não, eu não tenho idéia. O Joaquim Lopes, que é o secretário do conselho, tem umas anotações que ficou de me passar, mas na reunião estávamos mais preocupado com a eleição e com as atas e eu não levantei esse assunto. Mas eu prometo que vou pesquisar isso e passar pra vocês.

Nairlan Clayton Barbosa: Agora vamos falar sobre a reunião acontecida na sexta feira, dia 18 de Julho para eleger a nova diretoria do Ateneu.
Carlúcio Bicalho: Exatamente. Dia 18 exatamente às 19hrs, o conselho deliberativo se reuniu. Eu devo dizer primeiramente, que por lei essa reunião tem que ser anunciada publicamente, com quinze dias de antecedência. E foi publicado na imprensa de Montes Claros, e no dia 18/07/2008, foi o dia aprazado para realização dessa reunião. Felizmente, o Ateneu, tão depredado, como dizem os detratores, nós tivemos condições de reunir no Estádio João Rebelo, "assentados" (risos), nas dependências do salão, São este que poucas pessoas têm um salão como esse num campo de futebol. Onde foram realizados, eventos, reuniões sociais da cidade. Então nós tivemos o prazer de voltar, depois de muitos anos, os conselheiros ali, e elegemos a nova diretoria do Ateneu para o triênio 2008-2009-2010.
Nairlan Clayton Barbosa: Já em primeira mão, com exclusividade para o Blog "Sapatada na Rechonchuda" pode nos dizer como ficou essa eleição?
Carlúcio Bicalho: Foi chapa única. Nós publicamos, mas não apareceu nenhum concorrente. Então foi eleito por unanimidade o nome de Flávio Gusmão, que é uma pessoa muito conhecida no esporte em Montes Claros, foi diretor e coordenador do São Pedro, no futebol profissional, já foi várias vezes diretor do Ateneu, é gerente da Transnorte, é um dos homens de confiança da família Sapori, "Flavão" é uma unanimidade no futebol de Montes Claros. Então nós ficamos numa felicidade muito grande por ele ser atenense, por que é um grande desafio, aceitar essa responsabilidade e pegar o Ateneu na situação em que ele está.
São cargos eletivos. Um presidente e dois vices. O primeiro vice-presidente é o Geraldo Brant e o segundo vice-presidente é o Cássio Aquino, da Palimontes.
Além deles, tem a parte executiva: para o secretariado foi eleito o contador José Veloso e Carlúcio Bicalho ficou com a parte administrativa.
O objetivo da gente é carregar esse piano e se Deus quiser, nós estamos otimistas, não com sonhos irrealizáveis, mas com os pés no chão, eu acho que a gente vai chegar lá.
Nairlan Clayton Barbosa: Então, vale dizer ao torcedor do "broca", atenense, que tem o coração alvi-negro, o Ateneu não está morto. O Ateneu tem uma diretoria que foi eleita na última sexta feira, dia 18 de Julho de 2008. Existem projetos sim. E eu gostaria que o Sr falasse um pouco desses projetos para o nosso querido "broca".
Carlúcio Bicalho: Inicialmente esta diretoria está tomando pé dos problemas, temos que analisar parte por parte do que precisa ser feito, temos arquitetos, engenheiros justamente para avaliar estes projetos para o futuro do Ateneu. E já já vai entrar a turma da limpeza do gramado para começar este projeto.

Nairlan Clayton Barbosa: Então, o que a imprensa disse nos últimos meses, de que o Ateneu era o "capim puro", "guarida para parasitas", isso tem prazo para acabar?
Carlúcio Bicalho: Graças a Deus. Agora a gente está com o controle nas mãos. É claro que a gente não pode prometer absurdos por que a coisa lá realmente não está boa. Mas a gente está paralelamente, com os pés no chão, vencendo etapa, por etapa, até chegar ao objetivo de uma parceria, uma coisa mais concreta até no futuro, quem sabe, o futebol profissional.

Nairlan Clayton Barbosa: E é o mais importante, por que o futebol hoje, Carlúcio, está sendo feito com os pés no chão.
Carlúcio Bicalho: Eu sou atleticano e cito muito como parâmetro o Atlético Mineiro. Um clube centenário que já vendeu grandes jogadores. O nosso foco é o Ateneu, mas só pra você ter uma idéia, eu vi num programa da SPORTV, Que um dos times que têm o maior patrimônio é o Atlético Mineiro. O Atlético Mineiro tem um shoping que é o "Diamond Mall", que vale uma fortuna, no "filet" de Belo Horizonte que é Lourdes, ao lado, tem o prédio da administração em frente à Olegário Maciel, a avenida mais importante, um préio lá onde é o setor administrativo, tem a "Vila Olímpica, tem o "Labareda" e a "Cidade do Galo". São cinco patrimônios da maior valia em BH. Porquê essa diretoria não contrata uma equipe de nível, uma empresa pra gerenciar esse patrimônio, e tirar recursos pra manter o futebol? Isso eu não sei. Podem existir alguns interesses fora disso. Nós aqui em Montes Claros, no nosso farejo, como eu digo, estamos sabendo disso. Será possível que os competentes lá quem comandam o Atlético não sabem? Então, eu só quero relatar isso. Você vê que o futebol ta caro, ta difícil, você vê que o Cruzeiro, pra se manter, está tendo que vender jogadores, e o Ateneu? Então, por enquanto, nesse início, nós estamos nos valendo das nossas amizades, dos contatos que nós temos. Eu tenho aqui, para passar pra você, as pessoas que nós estivemos reunidos, que viram que o projeto é sério.
Estivemos com o Dr Raimundo Avelar, que nada mais é que o ex diretor da UNIMONTES, ele foi o segundo reitor, foi presidente por duas vezes do Ateneu no futebol profissional, diretor do IMA;
Estivemos com o Dr Luiz Manna, que é um deportista da maior qualidade de Montes Claros, e é dono da Flamoc center, e é amigo da gente;
O João Batista do BH Supermercados, que ajudou a bancar o Montes Claros, naquela empreitada que o Montes Claros teve, e também já participou do Ateneu;
Dr Fábio Rebelo, irmão do Toninho, que é a pessoa de maior peso na família, com respeito à administração, que é um dos fundadores do Ateneu;
Nós temos Dr Haroldo Bicalho, engenheiro da "Dimensão", que vai gerenciar o projeto de reforma;
Temos, Dr Élcio Carneiro, que é o nosso advogado, que vai estudar o nosso estatuto.
Então, eu quero dizer pra vocês, é que quando você não entende do assunto, você tem que recorrer a pessoas que sabem. Eu acho que isso é importante na vida. Nós estamos com pessoas da maior qualidade, pessoas de grande respeito, que podem nos ajudar quanto ao rumo que nós temos que tomar. Foi isso que nós passamos pra eles, fizemos uma reunião e vamos voltar a nos reunir agora, com a diretoria montada, pra inclusive pedir sugestões, já que são pessoas experientes, pra decidir a que rumo nós vamos tocar o Ateneu, mas basicamente, começando do gramado, reforma do estádio, times de divisão básica, até chegar onde a gente puder.

Nairlan Clayton Barbosa: Você falou sobre essas pessoas, então as parcerias vão ser a tônica de agora pra frente?
Carlúcio Bicalho: Não tem outra chance. Com o futebol caro desse jeito, nenhum financista, vai tirar dinheiro do bolso pra colocar no futebol. Isso não existe!
Eu me lembrei agora, que é idéia da diretoria, eu como diretor administrativo, vou ao SEBRAE, vou levar lá um técnico do SEBRAE, pra olhar o patrimônio do Ateneu. Nós temos uma sede campestre obsoleta, abandonada. O que nós podemos fazer com aquele patrimônio? Nós temos um terreno no fundo do Ateneu, na rua Joaquim Sarmento, eu conversei com Linton Guedes, da farmácia, e ofereci o terreno já que eles não têm farmácia nenhuma no bairro São José, conversei com garagistas, vendas de veículos, estacionamentos. Então, como você vê, tem solução. Agora nós precisamos ver qual é a porta que vai nos abrir quando a gente buscar isso!

Nairlan Clayton Barbosa: Uma coisa importante, é a questão de divulgar sempre essas etapas. À medida que cada etapa for concluída, a gente deixa a sugestão aí, por que nós que fazemos parte da imprensa, queremos divulgar as coisas boas também. Então, à medida que as coisas forem acontecendo, nós estamos à disposição para isso.
Carlúcio Bicalho: Nós estamos realmente deixando as coisas acontecerem, pra gente divulgar as coisas concretas. Eu chego aqui e falo: "Olha Nairlan, o Ateneu tem máquinas trabalhando!" Aí, você vai ver isso lá e divulgar, que a diretoria está trabalhando, que tem máquinas trabalhando, que estão plantando o gramado, reformando o estádio. Então a gente está tendo o cuidado pra divulgar quando as coisas acontecerem. Tudo o que eu falei aqui foram coisas que já foram feitas. Montar a diretoria, reuniões com empresários. Isso tudo foi feito. A tônica dessa diretoria vai ser: "Realizar pra divulgar". Nós recebemos com muita tristeza as notícias veiculadas na imprensa com respeito à venda de patrimônio, à dengue no Ateneu, ao lixo jogado no Ateneu.
A resposta que a gente vai dar é com trabalho. É quando a imprensa for lá e vir as coisas que estão sendo feitas.
Se Deus quiser, e a gente, tem muita fé em Deus, a gente vai conseguir isso, por que é a sociedade de Montes Claros quer isso.

Exclusivo para o Blog:
Nairlan Clayton Barbosa: Carlúcio, muito se comenta sobre o caso "Aristóteles Mendes Ruas"na diretoria do Ateneu. Responsabiliza-se a ele pela derrocada do Ateneu. Como o senhor em nome da diretoria pode falar sobre este assunto?
Carlúcio Bicalho: Olha, vou dizer sim. Assim como outras diretorias tiveram problemas, a do moço aí também teve. Muitos diretores não tiveram a experiência necessária para lidar com esse problema do futebol ser sempre um item muito caro. E terminaram por fazer uma gestão que comprometesse o clube. Mas isso são coisas da falta de experiência com o futebol e da pressão do público para uma resposta positiva do clube. Não queremos viver agora dessas experiências ruins. Queremos sobretudo pensar no futuro e é isso que faremos se Deus quiser.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

40 ANOS DEDICADOS AO RÁDIO E AO JORNALISMO ESPORTIVO







"... Juntou todo mundo naquele estúdio grande da televisão aqui, que era lá embaixo e parecia um bando de 'boi no curral' quando vai pro matadouro... Eles falaram: 'Vocês têm ‘meia’ hora pra se despedirem dos colegas e pegarem os pertences de vocês nas gavetas'...Eu não gosto da INTERTV, não nego. Não vejo a INTERTV, não gosto de ver a Globo, por que ela é gerada pela INTERTV aqui ".



Nome completo: Sebastião Honório Remíggio
Data de Nascimento: Eu nasci em Janeiro. (risos).
Cidade Natal: Monteiro, PA, só que eu me criei na verdade em Pernambuco, então sou muito mais pernambucano que paraibano e muito mais mineiro que pernambucano. (risos).

Nairlan Clayton Barbosa:Você está há quanto tempo aqui em Minas Gerais?
Sebastião Remíggio: Eu cheguei aqui em 1970, na época era a primeira vez, e fiquei quatro anos, de 1970 a 1974, quando voltei outra vez pro Nordeste,e fiquei mais 06 anos no Nordeste, e voltei em 1980.

Nairlan Clayton Barbosa: O contato com o rádio desde os primórdios:
Sebastião Remíggio: Eu nasci numa roça, no interior do Nordeste, aos 10 anos de idade, meu pai, que tinha fazenda, vendeu e foi pra cidade, e eu então comecei a estudar e na minha cidade tinha um serviço de auto-falante muito bom na época, e eu achava aquilo muito bonito, e aquilo foi aflorando, agente quando tem uma tendência pra uma determinada função, parece que aquilo vem. E eu, então com 10 anos de idade comecei a ver isso, e gostava muito das músicas que tocavam na época, Luiz Gonzaga, Carlos Gonzaga cantava Diana, que eram músicas antigas, The Platters já rodava na época, e isso me dá uma recordação "terrível" da época que eu lembro como se fosse hoje. Aí comecei freqüentando essa coisa, desse serviço de auto-falante, e lá eu comecei a fazer locução e numa cidade próxima surgiu uma emissora de rádio e um dos diretores passando, me ouviu e gostou e me convidou pra trabalhar lá. E eu fiquei naquela ansiedade, por que era pra ir pra uma rádio, rádio AM, que era o que tinha naquela época, e demorou, foi no começo do ano, e em outubro de 1968, eles mandaram me chamar e eu fui. Saí com a cara e a coragem.
Saí da minha casa aos 18, 19 anos e nunca mais voltei. Voltei pra passear, por que aí eu fui mudando de rádio, fui andando por várias cidades do Brasil, principalmente do Nordeste, e a partir daí eu terminei vindo pra Montes Claros em 1970 e conheci uma moça, trabalhando numa rádio, terminei me casando muito jovem, na época com 20 anos, e a família dela morava aqui em Montes Claros, eu cheguei aqui no dia 21 de Abril, não me esqueço nunca, dia de Tiradentes, (que coincidentemente é aniversário da Rádio Terra também!) (risos). Aqui a gente tinha uns amigos, conterrâneos, por que aqui tem muito nordestino, você sabe não é Nairlan? Acho que proporcionalmente é como se fosse uma São Paulo do Norte de Minas e me levaram na Rádio Sociedade, com grandes locutores na época.

Nairlan Clayton Barbosa: Cite alguns nomes da época...
Sebastião Remíggio: Eu me lembro do Antônio Domingues, que eu fiz jornal com ele, depois veio o Eduardo Lima, já tinha o Sr Elias Siufi que era o ícone da comunicação na época, Félix Richard, Batista Caldeira, Gelson Dias, Edmar Procópio (pai do nosso colega Schuman Procópio), e então foi um aprendizado pra mim por que eu saía do Nordeste com um sotaque nordestino danado que até hoje eu tenho, e o Sr Elias falou: "Você tem uma voz boa, então você vai ter que aprender" e me colocou num estúdio de gravação e eu ficava lá... e aquilo tudo era tudo muito novo pra mim.







" Fui pro mineirão, 'capiauzão', (risos) nem conhecia direito o mineirão.






Nairlan Clayton Barbosa: O que você encontrou aqui na rádio, você não tinha lá em termos de tecnologia?
Sebastião Remíggio: A rádio aqui já estava bem mais adiantada do que o que eu conhecia lá. Tinha um gravador que eu não me esqueço nunca, um gravador "ampex", um negócio importado que era a "Voz da América" que mandava para as emissoras, e ele dava um brilho bonito e aquilo me encantou cada vez mais. Nessa época tinha também Alfeu Prates, que era comentarista esportivo, Luis Tadeu Leite também já estava, nós chegamos praticamente juntos, então foi um aprendizado e eu comecei a me desenvolver e comecei a ser titular do jornal Coteminas, que tinha uma edição ao meio dia e outra edição à noite (primeiro eu comecei à noite, depois eu fiquei fazendo as duas).
E terminei em 1974 retornando ao Nordeste, voltei na rádio em que eu tinha começado (eu estava de férias), os colegas me convidaram pra apresentar um jornal com um rapaz chamado Régis (não me lembro o sobrenome), e eu apresentei. Imediatamente o dono da rádio ligou e disse: "Você tem que voltar pra cá." Eu voltei a Montes Claros, pedi conta, eles não queriam me dar, mas aí eles me liberaram, por que era aquela coisa do nordestino de voltar à sua terra natal!
E voltei, eles me ofereceram vantagens e mais vantagens, Acontece, Nairlan, que essas vantagens só foram no primeiro mês, do segundo em diante (parece que é uma praga do rádio!) (muitas gargalhadas) não pagaram mais aquilo tudo que havia sido combinado.
E eu, até então era casado, mas não tinha filhos, aí nasceu a minha primeira filha, exatamente nessa mesma cidade, e aí a coisa começou a ficar complicada, por que quando é você sozinho, ou com uma companheira, qualquer coisa tá bom, mas quando nasce a criança... Então não dava mais. E eu tive que sair dessa rádio e fui trabalhar em Caruaru e trabalhei lá algum tempo, que hoje é uma cidade do porte de Montes Claros, mas fiquei pouco tempo lá, me chamaram pra trabalhar numa emissora rural que é da Igreja até hoje em Petrolina. Petrolina era uma cidade que estava começando a ser desenvolver com muitos projetos de agricultura irrigada, essa coisa toda, então em Petrolina eu cheguei em 1975 (você vê que eu fiquei pouco tempo nessa rádio), cheguei em 1975 e fiquei em Petrolina, aí pronto, foi outro aprendizado, uma emissora nova, da igreja, a igreja tinha convênio com a Alemanha, tinha técnicos alemães trabalhando na emissora, dando assistência técnica, AM com uma onda curta de 62 metros, uma rádio que tinha um alcance muito grande. E eu fiquei lá quatro anos.
Fiquei até 1979. Em 1979 eu fui chamado pra trabalhar em feira de Santana (BA), aí, vou eu pra Feira de Santana (chegando mais perto de voltar pra minas), aí fui dirigir uma rádio, o nome dessa emissora é "Rádio Subaé, tem ela até hoje lá, e tem também uma emissora de TV, por que a rádio pertencia a uma construtora que não tinha conhecimento de rádio e pensava que rádio dava um retorno financeiro igual ao que construtora dava...(risos) Nunca! Então, pouco tempo depois ela foi vendida para um grupo que se não me engano é dono até hoje, que é um grupo que tinha concessionária de automóveis, tinha um deputado federal, aí já saiu a liberação dessa televisão... mas eu não me dei bem com esse pessoal, e terminei saindo da emissora, eles me mandaram embora, me demitiram. Depois disso eu tive uma passagem em Salvador. Rápida, meteórica, ainda em 1979, fiquei em Salvador três ou quatro meses, trabalhando na Rádio Excélsius, e eu conheci uma pessoa de Itapetinga, na Bahia, dono de uma emissora de rádio, um jovem inclusive, que infelizmente faleceu, o Fernando. Aí o Fernando me chamou: "Você quer ir tomar conta da minha emissora?" Aí eu falei "Vou!" (isso já era começo de 1980). Aí eu fui e o Fernando (um jovem do Rio Grande do Sul) tinha conhecido uma filha de um fazendeiro forte lá, de cacau e de gado, e casou. E me entregou a emissora de mão fechada. Eu sempre tive, graças a Deus, essa coisa de inspirar a confiança das pessoas. Quando eu cheguei, que eu ví a realidade da emissora, que era uma boa emissora, mas com funcionários que não ganhavam nem um salário mínimo. E fui levando o barco.
Um dia eu estava de folga e resolvi dar uma chegada em Montes Claros, que era perto. Nisso, nos anos 80, estava surgindo a TV (então TV Montes Claros), e voltei na Rádio Sociedade, pra rever alguns amigos e colegas, conversei com o Sr Elias, e deu vontade de pedir pra voltar, conversei, e Eduardo Lima na época era o cara que tinha sido meu colega e que coordenava e emissora. Aprovaram, eu voltei pra Montes Claros, e a partir daí, não saí mais.

Nairlan Clayton Barbosa: Isso foi quando?
Sebastião Remíggio: Isso foi em 1980, já pra 1981. Eu fiquei na rádio sociedade, e depois fui pra TV Montes Claros, que na época tinha muito locutor.
Tem uma passagem interessante na TV Montes Claros: Em 1982, eu estava numa "lista negra" pra ser mandado embora de TV, por que eu era o mais novo dos locutores, e lá tinha entre outros, José Nardel, Félix Richard, Cid Mourão e eu era o quarto locutor na seqüência. Aí o Sr Elias me chamou: "Infelizmente eu vou ter que tirar você, porque o pessoal ta apertado..." Acontece que Nardel foi eleito vereador e largou a TV. Mourão teve um problema com o Sr Clodoaldo, que era o gerente e foi mandado embora.
Ah, sim, tinha Cid Monteiro também que era locutor, mas Cid Monteiro foi embora pro Ceará, aí só restou eu que era o que ia ser mandado embora. Aí disseram: "Não, você não vai ser mandado embora mais não, você vai ficar. Volta, fica aqui!" (risos). Então Nairlan, eu fiquei, durante todo o tempo, você me substituiu algumas vezes que eu saí de férias né?

Nairlan Clayton Barbosa: É, eu tive essa responsabilidade dificílima!Sua voz era a cara da TV e eu tenho apenas uma voz média. Não é tõa grave quanto a sua. Foi difícil.
Sebastião Remíggio: Até o ano de 2003 quando infelizmente a emissora foi vendida pra esse grupo INTERTV, que fizeram um desrespeito terrível com os funcionários da emissora. Se tem uma coisa que eu não me esqueço nunca Nairlan, é da maneira que esse pessoal da INTERTV mandou não só eu, mas sessenta e tantos colegas na época. Juntou todo mundo naquele estúdio grande da televisão aqui, que era lá embaixo e parecia um bando de "boi no curral" quando vai pro matadouro. Eu nunca falei isso, e tô desabafando agora, no seu blog. Então o quê que eles fizeram? Justificaram "... Ah, por que é um novo grupo, tal..." fizeram uma coisa terrível: Em cada departamento, ("...Você não tá, você tá...) entre eles eu. O pior de tudo, não é você ser demitido, é a maneira como eles fizeram. Não tiveram ombridade nem humanidade de chamar de uma a um e dizer "Não vamos mais precisar, por que não vai ter mais locutor" no meu caso né? Que era o locutor da casa. E o pior de tudo foi isso: Eles falaram: "Vocês têm ‘meia’ hora pra se despedirem dos colegas e pegarem os pertences de vocês nas gavetas."





" E eu achava que o Funorte era 'fogo de palha'. E os erros que aconteceram, eu tributo esses erros a duas pessoas: Geibson Moura e Paulo César o técnico. Enquanto estas pessoas estiverem dentro do Funorte, a equipe não vai pra frente".



Desse jeito Nairlan! Quem estava comigo (foram vários e vários), lembram disso.
A INTERTV fez essa desfeita com grandes profissionais, inclusive com chefes como o Camacho, que era o meu chefe direto, o nosso querido diretor executivo, o Sr Heitor, que infelizmente nos deixou, faleceu, e muitos outros. A INTERTV teve essa indelicadeza. Tanto é que eu não gosto da INTERTV, não nego. Não vejo a INTERTV, não gosto de ver a Globo, por que ela é gerada pela INTERTV aqui. Pela sacanagem que eles fizeram comigo.

Nairlan Clayton Barbosa: Você pode dizer pra gente se ficou realmente uma mágoa?
Sebastião Remíggio: Ficou uma mágoa muito grande. Eu estava com 22 anos de casa, e eu não tinha nem essa noção, mas eu tinha 36 anos e 04 meses de carteira assinada, faltando 01 ano e alguns meses pra eu me aposentar integralmente, o que eu não conseguí até hoje por tempo de trabalho, por causa da "Dona" INTERTV. Eu queria que você citasse isso no seu blog.
Graças a Deus, eu sempre fiz grandes amigos por onde eu passei. Eu nunca fechei as portas. Aí, primeiro, vem a Rádio Sociedade, que você sabe que em 1995 ela foi transferida para a LBV, e mandaram todo mundo embora, acabaram com uma tradição no rádio, que era a coisa mais importante que eu achava, era a Rádio Sociedade. Isso foi em 1995. No em dia que me mandaram embora já existia a Rádio Terra, eu morava na Cula Mangabeira, meu amigo inesquecível Nardel, esteve lá, e falou: "Olha, eu quero você amanhã na Rádio Terra", mas como eu ainda estava na TV, eu pedi um tempo pra descansar, por que rádio você sabe como é que é né? Em 1997, Nardel chegou lá em casa e me intimou: "Amanhã, você esteja na rádio" desse jeito! (risos) Eu falei "Ta bom!" Cheguei aqui, muita gente não me conhecia, tinha uma moça que era secretária, a Aline, Eu falei "Olha Aline, eu estou aquí, por que Nardel me chamou", e ela disse: "Qual é o seu nome?", "Meu nome é Sebastião", "Ah, pode trabalhar!" e comecei a trabalhar. Aí fui fazer redação de esporte. Isso com relação à Rádio sociedade.

Nairlan Clayton Barbosa:Então você entrou na Rádio Terra em 1997?
Sebastião Remígio: Também, coincidentemente em Abril de 97, (risos)

Nairlan Clayton Barbosa: (risos...) Engraçado que todos os lugares que você foi e por onde passou sempre foi em abril não é mesmo?... Pelo menos os bons lugares de que você se recorda...
Sebastião Remíggio: É verdade. E vim nessa trajetória na rádio, e em 2002 perdemos o Nardel, que era o ícone da rádio, o cara que fez tudo pela rádio. É claro que a rádio se moderniza, ta passando né? E depois da morte dele, os donos Luis Tadeu Leite e Antônio Dias me chamaram pra assumir essa responsabilidade que já faz 06 anos que eu estou graças a Deus e tentando fazer o melhor de mim.
Então, a minha vida em síntese é isso. Eu passei por outras emissoras, passei em Caruaru, na Rádio Liberdade, passei na Rádio Olinda, em Olinda (PE), mas passagens muito rápidas que eu nem faço questão de citar.
Mas já se vão de 1968 pra 2008, são 40 anos não é Nairlan?.

Nairlan Clayton Barbosa: Então esse ano, no último Abril, nós podemos dizer que você completou 40 anos de rádio?
Sebastião Remíggio: 40 anos de rádio, exatamente.

Nairlan Clayton Barbosa: Tião, uma pergunta peculiar, só pra quebrar o gelo, qual o menor tempo que você passou numa emissora de rádio?
Sebastião Remíggio: Eu acho que o menor tempo que eu fiquei foi nessa rádio de Itapetinga mesmo! Eu cheguei por volta do mês de junho ou julho, não me recordo bem, e acho que um mês depois eu saí e vim pra cá, e voltei só pra dar uma satisfação.
Com relação a esse rapaz, o Fernando, talvez se seu tivesse continuado, eu não estaria vivo aquí, por que houve um desastre de helicóptero que vitimou o então candidato a governador da Bahia, (esqueci o nome dele agora), e o Fernando estava no meio, e o Fernando, pra onde ele ia, ele queria me levar, ou me levava. Talvez eu estivesse nesse helicóptero também. Mas eu já estava aqui quando aconteceu esse desastre e ele morreu.

Nairlan Clayton Barbosa: Uma outra pergunta que eu gostaria de fazer antes de nós colocarmos a questão do seu tempo no rádio, o seu contato com o meio esportivo, ele se deu aqui em Montes Claros?
Sebastião Remíggio: Em Petrolina, eu tive um grande companheiro chamado Jorge Augusto, que veio junto comigo. A rádio, o padre, quando concedeu a emissora e modernizou, fez questão de trazer pessoas nas suas áreas, aí trouxe esse Jorge Augusto para ser o narrador esportivo, que era um ótimo vendedor, ganhou dinheiro como ninguém lá em Petrolina, mas também gastou como ninguém. Ele era narrador esportivo, e um dia precisaram de um reporter lá. Aí sugeriram "... Ah, vai fazer repórter..." Eu, todo mundo sabe que minha voz sempre foi muito forte né? Mas aí eu tentei colocar a voz pra ser dentro, mais ou menos, do futebol.
Em Caruaru eu já tinha tido uma experiência apresentando um programa esportivo, e lá era uma coisa bem corrida mesmo e a partir daí eu comecei a fazer reportagem, aí fiz
muitas reportagens lá em Petrolina, e em Juazeiro né? Por que tinha um campeonato entre as duas cidades que era uma movimentação terrível, cobri jogos, fui pra Feira de Santana, lá também eu era chefe da rádio, chefe da programação e tinha um colega chamado Dílson Barbosa, que era do departamento de esportes, e eu viajei muito com ele pra cobrir jogos do Bahia, do Vitória, eu conheci boa parte do Mato Grosso do Sul, Paraná, viajando com ele, cobrindo jogos do Bahia.
Chegando aqui, Nardel precisou de um repórter. Aí eu disse: "Eu faço!" Fui pro mineirão, "capiauzão", (risos) nem conhecia direito o mineirão. O problema é o jogador né? Que você vê o jogador na fotografia é uma coisa, e quando você chega perto é totalmente diferente! Mas aí eu fiz, e me saí bem. (Razoavelmente bem). E Nardel falou: "Você vai continuar." E continuei!







"...Eu peguei o microfone, num ato automático, 'sentei' o microfone na boca desse cara..."





Nairlan Clayton Barbosa: Teve alguma história de alguma transmissão, que quando você se recorda você ri, ou chora? (risos)
Sebastião Remíggio: Teve um jogo que eu fui entrevistar o Luizinho, (da década de 80, saído da seleção brasileira, infelizmente aquele fracasso de 1982) e ele não me concedeu a entrevista, eu fiquei chateado, por que ele não era muito de falar também não, mas ele foi mau educado comigo. Agora, o grande detalhe é que no jogo seguinte eu estava lá e ele foi lá me pedir desculpas. "Olha você me desculpa por não ter dado a entrevista, que eu estava chateado!" Era um jogo em que o Atlético tinha perdido, você sabe como é que é né? Aí, me deu a entrevista e eu terminei até ficando conhecido dele.
E Reinaldo também foi um dos maiores jogadores que eu vi atuando no mineirão, infelizmente tinha um Osíres no Cruzeiro que batia mais que defendia.
Toninho Cerezo também... Eu me lembro que uma vez eu estava num jogo Santos X Atlético, dez horas da manhã, num domingo, jogo amistoso, você imagina?(risos) Toninho Cerezo estava jogando (nós fomos transmitir esse jogo não sei como, por que cargas d’água, por quê) e o Toninho Cerezo saiu com uma camisa do Galo na mão, e eu sempre fui muito tímido pra pedir essas coisas (eu peço, o cara me dá e eu fico chateado), aí eu pedi a camisa e ele me deu. Eu nem sei, acho que guardei, ou sumi essa camisa.
Então, voltando a falar do futebol de Montes Claros, o Ateneu foi um clube que eu aprendi a gostar, a amar o Ateneu mesmo, por que eu vivi o Ateneu muitos anos, com diretorias diferentes, viagens e mais viagens, e teve um jogo em Ubá, (Aimorés de Ubá X Ateneu) numa quarta feira à noite, esse jogo teve uma briga generalizada e não sei por quê um cara partiu pra cima de mim. Eu peguei o microfone, num ato automático, "sentei" o microfone na boca desse cara, e o cara caiu, o jogador. Oh, Nairlan, meu Deus do céu, eu só via era "nego" querendo me pegar! (risos) E perdi microfone, perdi fone, perdi cabo. Era eu e Gelson Dias. Aí Gelson gritou: "Oh, Meu Deus, vão matar meu companheiro!!!" (risos) E a minha salvação na verdade foi Didí (esse que era treinador de futebol você conhece ele né?) Ele era goleiro do Aimorés, aí ele "tomou a frente" e disse "...Não, nesse aqui ninguém vai bater!" Eu devo esse favor a Didí até hoje.
E são muitas passagens que me marcaram, eu não, acho que a população inteira! O Ateneu era o time que mais perdia. Teve uma vez que eu estava com Alfeu lá em Araxá e o Ateneu tomou uma goleada de 8X0, eu estava com tanta vergonha que eu saí de costas! (risos) .

Nairlan Clayton Barbosa: Então você se considera mesmo um torcedor do "Broca"?
Sebastião Remíggio: Ah, sim. Eu não nego.

Nairlan Clayton Barbosa: Nesse caso eu não posso deixar de fazer a pergunta sumária, que é perguntar, aliás, dizer pra você que você infelizmente torceu contra meu pai! (Risos)
Sebastião Remíggio: É, seu pai foi um dos maiores jogadores da história. Na verdade eu não me lembro do seu pai jogando, mas se fala maravilhas dele e de outros grandes jogadores que nasceram em Montes Claros e que jogaram no futebol de Montes Claros. Eu sou mais recente, sou dá época do Marcel Júnior, Helton Veloso (que jogava como lateral esquerdo).

Nairlan Clayton Barbosa: Poderíamos citar o Jânio também?
Sebastião Remíggio: Com certeza, o Jânio Lima Borges inclusive tivemos uma amizade muito grande no futebol, pra mim foi um dos maiores jogadores recentes de Montes Claros, apesar de terem surgido outros, teve um jogador que passou pelo Atlético, acho que se chama Ninha, e outros que surgiram.





"Quiseram jogar uma emissora contra a outra quando na verdade não era nada disso. Eu não vou mentir também, que o advento de uma outra emissora fazendo futebol pegou a nós, da Rádio Terra de surpresa. "



Nairlan Clayton Barbosa: Qual o futuro do futebol de Montes Claros?
Sebastião Remíggio: Olha Nairlan, a experiência ensina. Eu já vi o "fundo do poço" com o Ateneu, aí o Ateneu não deu certo, o Cassimiro disputou o campeonato da segunda divisão, aí veio o União São Pedro, volta o Ateneu, quando a gente pensa que acaba tudo surge o Montes Claros que foi um movimento muito grande de torcedores, de diretoria, da própria indústria, comércio. O Montes Claros tinha tudo pra dar certo e ser um clube até hoje. Os problemas surgidos, não me cabe aqui comentar. E depois, passou o Montes Claros, e o que é que se vislumbrava? Bom, acabou totalmente o futebol profissional! Surge o Funorte. Eu sou sincero e não vou mentir. Eu achava que o Funorte era um clube de um ano só, mas pra minha surpresa...

Nairlan Clayton Barbosa: Na sua opinião foi uma boa surpresa?
Sebastião Remíggio: Muito bom que o Funorte já esteja outra vez imbuído pra disputar o campeonato da segunda divisão e espero que os erros cometidos ano passado não se repitam esse ano, por que nós tivemos erros crassos no time do Funorte, e não foi por falta de aviso.

Nairlan Clayton Barbosa: Você quer falar sobre os erros?
Sebastião Remíggio: Eu quero. Houve até...
Quiseram jogar uma emissora contra a outra quando na verdade não era nada disso. Eu não vou mentir também, que o advento de uma outra emissora fazendo futebol pegou a nós, da Rádio Terra (que até então, jogávamos soltos, sem marcação, sem nada), de surpresa! Mas foi bom, por que isso faz com que os profissionais, eles tentem ser melhores por que vão surgindo outros, surgiu você (Nairlan), o Reivaldo Barbosa, o Lú Sales, o pessoal da equipe lá.
E eu achava que o Funorte era "fogo de palha". E os erros que aconteceram, eu tributo esses erros a duas pessoas: Geibson Moura e Paulo César o técnico. Enquanto estas pessoas estiverem dentro do Funorte, a equipe não vai pra frente. Inclusive o Geibson foi à cabine da rádio mostrando planilhas de jogadores... Olha Nairlan, eu não sou pago pra ser preparador físico, eu sou pago pra ser repórter, somos pagos pra observar, e se estiver errado a gente vai falar... Então como eu te disse, enquanto estas pessoas estiverem no comando do time, esse time nunca vai pra frente. Mas fiquei sabendo da contratação do Luiz Eduardo, me parece ser um moço, sério, veio da equipe do Araxá, parece ser muito profissional. Também, os jogadores contratados... ou seja, parece que dessa vez a equipe vem mesmo pra ganhar o campeonato, parece que a direção mudou de opinião e a gente fica muito feliz com isso.

Nairlan Clayton Barbosa: Tião, você falou dos novos profissionais, e eu me incluo neles, obviamente, gostaria que você, da altura dos seus 40 anos de profissão, pudesse dar uma palavra de incentivo pra gente.
Sebastião Remíggio: Olha Nairlan, o caminho é longo. Muito tem que se aprender com essa profissão e a gente está sempre aprendendo. Mas olha, eu confesso que vi você narrando e... olha só, vou te falar... na década de 70 eu vi um rapaz novo narrando na Rádio Sociedade e eu disse pra ele: " Você leva jeito, pode prosseguir que você leva jeito.." Sabe quem era esse rapaz Nairlan? Era o Nardel. E quem foi o Nardel na narração esportiva hein?... todos nós sabemos, ele foi pra outras emissoras, viajou pra Alemanha com o Cruzeiro, foi pra copa de 94 com a seleção brasileira. Então, eu vou dizer, não é por que está na sua frente, mas eu vou dizer, depois daquela época, em que eu disse isso para o Nardel, digo hoje pra você: " Você leva jeito, coloca muito bem a voz nas suas narrações esportivas e você vai longe." É claro que você ainda tem muita coisa pra aprender. Mas você vai aprender e vai se tornar um grande narrador. Escreva isso.

Nairlan Clayton Barbosa: Agradeço o elogio e a confiança Tião. Com isso a responsabilidade aumenta não é mesmo?
Sebastião Remíggio: (risos)Pode acreditar, você será um grande narrador esportivo.

Nairlan Clayton Barbosa: Pra fechar este nosso bate papo, Tião eu deixo você a vontade para falar sobre o resumo desses 40 anos dedicados ao rádio e ao esporte.
Sebastião Remíggio: Bom, é isso que eu tenho pra dizer, fico feliz hoje de fazer parte da história do rádio aqui em Montes Claros. Já viajei o Brasil fazendo isso que é o que eu gosto, e é isso... não tenho mais nada a dizer...só agradecer você por ter inaugurado seu blog comigo. Fiquei muito feliz.

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